desde o início da semana os céus andam mais coloridos aqui no alentejo profundo. e hoje foi a minha vez de ir dar uma voltinha, armada em willie fog por uns 40 minutos.
uma coleguinha daqui do trabalho pôs os seus conhecimentos em prática (não vale qualquer alusão a um determinado tipo de linguagem derivado da saída de campo ao gerês, até porque consta alguma tendência lesbiana. dizem, eu não notei nada) e marcou uns lugarezinhos para a malta :)
horário de encontro - madrugada!! - 7.30 - qualquer referência a horários de campo estava recalcadíssima algures nas gavetas da memória, pelo que foi um refresco. pelo menos por duas razões...
queríamos ir juntos, pelo menos o mais possível, mas o moçoilo vestido de laranja azeda separou toda a gente, por questões de peso. claro que aqui a cada vez mais pluma foi metida a milhas de gás da partenaire de secretária, maldicência e bebedeiras em portalegre (foram poucas, nem dá para amostra). assim, as fotos que posso partilhar
avec vous, mes amies são as dela e da outra coleguinha, a que marcou a aventura.
calhou-me o balão duns espanhois, movidos a tabaco e, depois das 10.15, a sagres, e como companheira uma guia da coudelaria de alter. podia ter-lhe perguntado pelo episódio luzinha no jipe encalhado, mas nem sequer me ocorreu.
a viagem correu muito bem e é uma sensação espectacular estar a ver tudo lá de cima. bem, pelo menos se não estiver sempre a pensar no corpo em queda livre caso o cesto vire... que eu tenha reparado, voámos até aos 500 metros de altitude, com três pessoas dentro do balão e... uma do lado de fora... um dos espanhóis artilhado p'r'aí com uma dúzia de bodriés (não sei se é assim que se chama e muito menos se é assim que se escreve) vinha pendurado do lado de fora, num dos cabos em torno do balão... claro que como não tinha máquina... não tenho provas...
diziam que a aterragem é que era o pior, mas aquela foi suavezinha, como se o chão fosse algodão. ok, não é preciso exagerar...
voámos desde a pista de todo o terreno, daqui a duas semanas ocupada pelas 24 horas tt de fronteira, em direcção ao X que a raposa tinha marcado no chão, na qual os vários concorrentes tinham que atirar um testemunho, a partir do ar. ganha aquele que, no total das provas da semana toda, tiver a menor distância somada.
os meus anfitriões iam em 3º, mas julgo que hoje tenham ficado mais para trás na tabela, porque aquando do lançamento, andava uma fanta gigante mesmo em cima do alvo, que acertou num dos bracinhos da cruz.
mas a aventura começou depois de sairmos do balão... fomos aterrar perto do balão da fanta, numa herdade algures para os lados do cano (se forem ao mapa, está lá), que é vizinho da casa branca. primeiro foi preciso que a carrinha de apoio nos localizasse, que lá do alto ninguém sabia muito bem onde estava. e eu que andei a mexer nas cartas militares uma data de meses, calei-me bem caladinha, ou arriscava-me a fazer figura de ursa.
quando o veículo finalmente chegou, já trazia o material do outro balão da equipa. o nosso tinha sido empurrado mesmo para dentro da propriedade privada onde a fanta de origem holandesa tira pousado. normalmente há aquelas portas presas por ganchos metálicos ou borracha, mas como aquela estava com uns nós manhosos, o amigo nórdico não foi de meias e deu-lhe um jeitinho com o alicate. claro que o terreno estava meio húmido e pouco depois de ter entrado, a carrinha já estava atascada. desengancharam o atrelado, fumo fumo fumo e lá conseguiram tirá-la de lá. resultado: carrinha na estrada, atrelado+cesto e cesto no chão no terreno impróprio.
valeu a ajuda do jipe do holandês, que segundo me disseram constrói balões.
pronto, pensava, agora é só voltar para fronteira. sim, mas... com música bem alto e jambés a acompanhar, até encontrarmos umas vacas. um deles quer ser toureiro... e foi, com uma manta, tentar tourear as vacas, que fugiram do estardalhaço :D
eu a dar um abracinho ao balão
dá-lhe gás
no ar
x marks the spot
sai um pastelinho de bacalhau...