quarta-feira, 30 de novembro de 2005

Concerto para breve


Pois parece-me que lhe tomamos o gosto. Ja formamos um agrupamento musical:
Mono & Palonco live at Covent Garden.
So esperamos pelos restantes membros para se juntarem. Mas cada um com o seu instrumento se faz favor. Ca ficam as fotos.

E quando o publico nao (co)respondia a gente incitava!

- Gorda! Gorda!...

And now for something completely different...

Ontem aconteceu-me uma fixe. Quando fui fazer jogging apareceu uma raposa que veio ter comigo. Ficou a cerca de um metro e eu dei-lhe amendoins. Ela comeu e depois fez uma mija mesmo 'a minha frente. Que querera' dizer?

Os corvos voltaram a atacar. Desta vez o desgracado foi um pombo. Mas esse ja nao fui a tempo de salvar. Abriram-lhe a cabeca. So tive tempo de lhe torcer o pescoco.

-Perdao?!

segunda-feira, 14 de novembro de 2005

provérbios...

1 expõe-me com quem deambulas e a tua idiossincrasia augurarei.
diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és

2 espécime avícola na cavidade metacárpica supera os congéneres revolteando em duplicado.
mais vale um pássaro na mão, que dois a voar

3 ausência de percepção ocular insensibiliza órgão cardial.
olhos que não vêem, coração que não sente

4 equídeo objecto de dádiva não é passível de observação odontológica.
a cavalo dado não se olha o dente

5 o globo ocular do proprietário torna obesos os bovinos.
o olho do amo engorda o gado

6 idêntico ascendente, idêntico descendente.
tal pai, tal filho

7 descendente de espécime piscícola sabe locomover-se em líquido inorgânico.
filho de peixe sabe nadar

8 pequena leguminosa seca após pequena leguminosa seca atesta a capacidade de ingestão de espécie avícola.
grão a grão enche a galinha o papo

9 possuir o monarca no baixo ventre.
ter o rei na barriga

10 quem movimenta os músculos supra faciais mais longe do primeiro, movimenta-os substancialmente em condições excepcionais.
quem ri por último ri melhor

11 aquele que aguarda longamente, atinge o estado de exaustão.
quem espera desespera

sai um pastelinho de bacalhau...

domingo, 13 de novembro de 2005

deem um palco aos filhos do demo...

este post deveria ter uma bolinha vermelha no canto superior direito, uma vez que a imagem que se segue pode ferir sensibilidades. se fosse na semana do halloween, até que nem seria preciso. mas visto que o halloween já foi há duas semanitas, fica aqui a chamada de atenção. depois não digam que não avisei...

LEIAM ISTO POR VOSSA CONTA E RISCO!!!! OS EFEITOS SECUNDÁRIOS REPORTADOS ATÉ AGORA PRENDEM-SE COM MONUMENTAIS CAGANEIRAS, APARECIMENTO SÚBITO DE PÊLOS NO PEITO (estás safo, Hugo...) E, DIZEM, CEGUEIRA TEMPORÁRIA.

pronto, agora que já me precavi contra futuras acções legais por parte de quem (se der ao trabalho de) ler esta trampa, vou relatar os eventos da passada sexta-feira nessa bonita cidade que é Londres de Inglaterra. digo é, mas deveria dizer era, porque depois do que se passou na sexta, autênticas pragas bíblicas assolam esta cidade. foi mesmo avistado um portal de acesso aos quintos dos infernos, nos arrabaldes de Turnham Green, informação esta que carece ainda de confirmação.

sexta-feira decorreu mais uma das maravilhosas festas do meu instituto, a newcomers party. é a festa para acolher os novos estudantes de doutoramento, novos pós-docs, novos trabalhadores, etc e tal, e tem o condão de ser a única festa do ano que não acaba entre as 21:15 e as 22:00. nesta festa há mesmo a possibilidade dos osgas se transformarem em abóboras ao soar da meia-noite. segundo a tradição, a newcomers party envolve, para além dos snacks e das cervejas típicas das restantes festas, cocktails (desta vez o Rich não foi autorizado a fazer long island ice tea's - infelizmente, digo eu, porque no ano passado estavam excelentes...- eram só cosmopolitans com 1 litro de vodka por cada 5 litros de cocktail) e karaoke.

ora, toda a gente sabe que o karaoke é uma invenção do demo. não será de estranhar portanto que os filhos do próprio tenham estado na festa, distribuíndo pragas e maldições sobre a forma de música. sempre cantada à moda dos Whitesnake, independentemente de ser mesmo uma música de Whitesnake ou uma música da banda sonora do "Ghost", esse clássico do ensino de olaria via TV.

[para aqueles que não acreditam que os cães dos infernos estiveram de facto na festa, aqui fica a prova]

Image hosted by Photobucket.com
os filhos do demo em acção, aterrorizando os pobres osgas que os rodeavam, que só tiveram tempo para tentar cegar as bestas dos infernos com luzes fortes... sem sucesso. (da esquerda para a direita: mafarrico hugo, ogre paulo e banshee sara - esta última antes de lançar uma bola de fogo pela boca na direcção da multidão...)

se conseguem ainda ver o monitor do computador é porque:

a) não tiveram que ir a correr para a casa de banho antes de conspurcar a respectiva roupa interior
b) não ficaram com um enorme tufo de pêlos do peito a bloquear-vos a visão
c) não perderam a capacidade de visão
d) não sofreram várias ou todas as anteriores alternativas

sendo assim, continuo. várias foram as pessoas que correram que nem galinhas com a cabeça acabada de cortar (e portanto, sem cabeça...) pelos corredores, lançando-se da varanda do sexto andar para evitar os gritos lancinantes da trupe de demónios. em vão, porque o sistema de amplificação de som e a potência da voz (especialmente da loira que tem belos... pulmões) fizeram o favor de transportar o som para todos os ouvidos incautos.

depois de realizada a má acção da noite, estes autênticos mafarricos dirigiram-se para o extremo oposto da cidade, utilizando o sistema de metro para causar mais estragos. pelo caminho, mais uma alma perdida. uma pobre jovem da terra dos cangurus que sucumbiu à demência depois de ouvir o "Twist and Shout" dos Beatles cantado por esta praga sob a forma de um fanhoso, um sopinha de massa e um gago que entretanto passou a ter uma deficiência da fala para a qual ainda não foi inventado um termo insultuoso.

felizmente, a praga durou só um dia. se bem que um dos demónios de sexta-feira ainda tinha algum veneno no sábado à noite quando disse qualquer coisa relacionada com ogres num jantar que mais parecia um casamento...

sai um pastelinho de bacalhau...

sexta-feira, 11 de novembro de 2005

9º festival internacional de balões de ar quente

desde o início da semana os céus andam mais coloridos aqui no alentejo profundo. e hoje foi a minha vez de ir dar uma voltinha, armada em willie fog por uns 40 minutos.
uma coleguinha daqui do trabalho pôs os seus conhecimentos em prática (não vale qualquer alusão a um determinado tipo de linguagem derivado da saída de campo ao gerês, até porque consta alguma tendência lesbiana. dizem, eu não notei nada) e marcou uns lugarezinhos para a malta :)
horário de encontro - madrugada!! - 7.30 - qualquer referência a horários de campo estava recalcadíssima algures nas gavetas da memória, pelo que foi um refresco. pelo menos por duas razões...

queríamos ir juntos, pelo menos o mais possível, mas o moçoilo vestido de laranja azeda separou toda a gente, por questões de peso. claro que aqui a cada vez mais pluma foi metida a milhas de gás da partenaire de secretária, maldicência e bebedeiras em portalegre (foram poucas, nem dá para amostra). assim, as fotos que posso partilhar avec vous, mes amies são as dela e da outra coleguinha, a que marcou a aventura.
calhou-me o balão duns espanhois, movidos a tabaco e, depois das 10.15, a sagres, e como companheira uma guia da coudelaria de alter. podia ter-lhe perguntado pelo episódio luzinha no jipe encalhado, mas nem sequer me ocorreu.
a viagem correu muito bem e é uma sensação espectacular estar a ver tudo lá de cima. bem, pelo menos se não estiver sempre a pensar no corpo em queda livre caso o cesto vire... que eu tenha reparado, voámos até aos 500 metros de altitude, com três pessoas dentro do balão e... uma do lado de fora... um dos espanhóis artilhado p'r'aí com uma dúzia de bodriés (não sei se é assim que se chama e muito menos se é assim que se escreve) vinha pendurado do lado de fora, num dos cabos em torno do balão... claro que como não tinha máquina... não tenho provas...
diziam que a aterragem é que era o pior, mas aquela foi suavezinha, como se o chão fosse algodão. ok, não é preciso exagerar...
voámos desde a pista de todo o terreno, daqui a duas semanas ocupada pelas 24 horas tt de fronteira, em direcção ao X que a raposa tinha marcado no chão, na qual os vários concorrentes tinham que atirar um testemunho, a partir do ar. ganha aquele que, no total das provas da semana toda, tiver a menor distância somada.
os meus anfitriões iam em 3º, mas julgo que hoje tenham ficado mais para trás na tabela, porque aquando do lançamento, andava uma fanta gigante mesmo em cima do alvo, que acertou num dos bracinhos da cruz.

mas a aventura começou depois de sairmos do balão... fomos aterrar perto do balão da fanta, numa herdade algures para os lados do cano (se forem ao mapa, está lá), que é vizinho da casa branca. primeiro foi preciso que a carrinha de apoio nos localizasse, que lá do alto ninguém sabia muito bem onde estava. e eu que andei a mexer nas cartas militares uma data de meses, calei-me bem caladinha, ou arriscava-me a fazer figura de ursa.
quando o veículo finalmente chegou, já trazia o material do outro balão da equipa. o nosso tinha sido empurrado mesmo para dentro da propriedade privada onde a fanta de origem holandesa tira pousado. normalmente há aquelas portas presas por ganchos metálicos ou borracha, mas como aquela estava com uns nós manhosos, o amigo nórdico não foi de meias e deu-lhe um jeitinho com o alicate. claro que o terreno estava meio húmido e pouco depois de ter entrado, a carrinha já estava atascada. desengancharam o atrelado, fumo fumo fumo e lá conseguiram tirá-la de lá. resultado: carrinha na estrada, atrelado+cesto e cesto no chão no terreno impróprio.
valeu a ajuda do jipe do holandês, que segundo me disseram constrói balões.

pronto, pensava, agora é só voltar para fronteira. sim, mas... com música bem alto e jambés a acompanhar, até encontrarmos umas vacas. um deles quer ser toureiro... e foi, com uma manta, tentar tourear as vacas, que fugiram do estardalhaço :D

eu a dar um abracinho ao balão

dá-lhe gás

no ar

x marks the spot


sai um pastelinho de bacalhau...

sexta-feira, 4 de novembro de 2005

Natureza selvagem

Ora pois já fiz hoje a minha boa acção do ano. E eu que já estava com medo… afinal Dezembro já esta quase ‘a porta!
Estava eu a lavar a loiça quando reparo numa grande algazarra no parque mesmo em frente a minha casa. O alarido vinha de uma aparente disputa territorial entre um corvo e uma pega-rabuda. Porem dada a dimensão de um em relação ao outro, a desgraçada da pega estava a levar um enxerto como aqueles que eu já não via desde os meus tempos de miúdo enquanto deambulava pelas aldeias e via as Donas Marias deste Portugal a desancarem os putos entre gritos de ‘Rebento-to!!’. A pega bem gritava mas o corvo calmamente ferrava-lhe o bico. Numa observação mais atenta, reparo que o corvo afinal estava a tentar matar a desgraçada. Nem mesmo uma companheira de vida que veio em seu socorro pode dissuadir tal obstinação.
-Hás-de morrer puta! – Deve ter pensado ele.
Comecei a bater no vidro da janela mas qual que. Cada vez mais furioso apontava agora para a cabeça.
-Deslarga! Deslarga!
-Noooo! The bastard is killing him! - gritava uma preta que por ali passava. O filho chorava de pânico.
Gerou-se uma autêntica cena hitchcockiana.
Num ímpeto de salvamento corri para o parque e fui ajudar a preta a afugentar os corvos (já tinha aliados) agora num mote mais feliniano.
Já com a pega de rastos, de serviço as portas da morte, fiz uma revisão dos tempos passados em pleno Monsanto, onde as pegas eram outras, e examinei-lhe as asas.
Como os conhecimentos eram parcos decidi leva-la ao veterinário mais próximo não sem antes esconder discretamente a carteira, não fosse o diabo cobra-las.
Mas o extraordinário desta história foi que durante o caminho ate ao consultório os cabroes dos corvos foram a seguir-me aos gritos. Agora ate’ tenho medo de voltar para casa…