um mês depois, o balanço que se faça pode ser resumido a trabalha-se para xuxu!, o que corrobora (esta é para ti, guinho) que ser biólogo é algo que se aproxima muito mais do estar de férias, modelado por uma poisson, com cuja equação não vos vou maçar, não é que não saiba. segundo o método científico, esta hipótese é quase uma teoria, dado que os testes não a conseguem derrubar.
para além de um ritmo de trabalho que cura qualquer crise narcísica de desequilíbrio hormonal - porque às vezes nem tempo tinha para ir osmorregular na altura precisa e exacta da necessidade - contacta-se com um mundo totalmente diferente de pessoas, que entre si são elas próprias bem díspares entre si. do passado do juízo ao janado, passando pelo ilegal que foge para não mais aparecer ou pelo tarado meio contido, onde entropia e perpendicular podem ser termos demasiado complexos para serem entendidos, ou as piadas de duplo sentido parecem cair sempre num saco roto, o que me leva a pensar se sou eu que tenho a mente desviada, porque não eram para ser vistas na dubiedade, ou se simplesmente quem ouve não compreende.
trouxe recuerdos: incontáveis cortes nas mãos, que o sumo das limas ou o álcool de limpar talheres insistiam em assinalar, uns salpicos de queimadura de água fervente na barriga, derrames mais acentuados nas pernas e um pacotinho de tisana da felicidade, cortesia dos patrões, que me encheram de bajulações no último dia de trabalho - oficial. que ontem ainda tive que lá ir desenrascar a malta, que a despenteada e desfraldada era realmente eficaz no bar, facto provado pela quantidade inominável de condecorações obtidas na camisa ao fim de cada turno.
mas trouxe algo mais comigo. depois da fase dos pesadelos com detalhes do trabalho e crises de insónia em que só me apeteceu dizer, não volto cá mais, cresci para um estádio mais pacificado comigo e com o meio; enterrei a angústia longe dos meus dias e com ela foi a pressa das coisas e o receio de uma data de pormenores, como se alguma coisa se tivesse tornado mais sólida cá dentro. não sei como dizer isto de forma mais compreensível, mas é como se tivesse passado algum tipo de teste, ou apenas obtido um pouco de sucesso reconhecido num curto intervalo de tempo, que compensasse os meses de (in)actividade idiota e inútil.
balanço - bastante positivo :)
p.s.: a parte um ficou nos acessos recônditos da minha massa cinzenta, pelo que lamento que o título desta posta faça apenas sentido na minha percepção.
sai um pastelinho de bacalhau...
terça-feira, 2 de maio de 2006
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5 comentários:
É verdade menina, há desafios que nem temos consciência da sua importância. E quando os superamos há aquela voz interior que nos sossega e diz:
-prueba superada!
E aí partimos com a sensação de que evoluímos mais um bocadinho e com uma certa paz na alma.
Já vi que o balanço foi positivo e o carcanhol também ou a máxima de estar de férias aplica-se sem subsidio? ;p
Beijocas...
há subsidiozinho, sim sr, que vai ser esticadíssimo até ir de férias, eheh :)
eu sempre desconfiei que os biólogos, lá bem no fundo, são como aqueles homens dos 7 instrumentos. não há nada que não se faça, não há obstáculo inultrapassável para um... SUUUUUPPPPEEEEEEERRRR BIIIÓÓÓÓLOGOOOOOOO!!!!!!
Então muitos Parabéns!!! É tão compensador sentir que respondemos positivamente a mais um desafio!!!
hehehe
E tu queixas-te??? Isso é que é emoção. Afinal não é todos os dias que uma osga bezana tem lucidez suficiente para maquinar uma estratégia dessas pa sair de uma situação constrangedora... Aposto que coraste até à raiz dos cabelos... Ainda dizem mal das loiras... e das osgas...
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