quarta-feira, 21 de setembro de 2005

ok... isto não cessa de me surpreender...

a acção - acho que tão cedo não me habituo às alterações do acordo ortográfico. sinto-me um velho do restelo gramatical... adiante...

dizia eu, a acção decorre num normalísimo dia de trabalho (ou quase nada que se assemelhe a algo digno de ser apelidado de trabalho e por isso mesmo esteja já careca, verde, marreca desta terra, entre outras razões já partilhadas neste diário sentimental quase tão bom como as revistas maria ou que posteriormente debitarei), em que a única alteração ao normal funcionamento do sistema é que o almoço não vai ser apenas entre os bajuladores do costume e os seus superiores hierárquicos, mas uma coisa assim quase familiar em que até mesmo aqueles que não se cozem (ou cosem? não sei se é na mesma panela ou se de agulha e linha...) coabitam sorridentemente em torno de um tacho de arroz de tamboril, umas garrafitas de vinho e pão alentejano, de qualidade bastante inferior àquela que desgustava no, para mim, verdadeiro pão alentejano.

calhou aqui à donzela a marcação do dito almoço, porque já estava apalavrado há uma data de tempo, antes das parideiras cá do sítio irem dar à luz (só aqui eram três... tudo cesarianas... já não se fazem parideiras como antes...) e porque mais ninguém devia estar com vontade de tratar do assunto. não sei se está tudo com medo de gafes de protocolo, porque as eleições estão aí a porta, a maioria dos estágios no fim, e os contratos, bem esses não sei, devem ser lá para o fim do ano. ou então era inércia mesmo. não importa, calhou-me a mim, cuja vontade de cá permanecer já construiu para si mesma uma escala negativa e que, portanto, não tem nada a perder mesmo. tendo olvidado os convites à vereação e presidência mereci o seguinte comentário: assim vais longe, vais... quero lá saber... ainda vou ser gerente da zara do oeirasparque, desde que não seja função pública... se calhar ainda vou engolir o que disse. que se lixe (estive para escrever f***, mas depois o meu pai ainda lê isto. era chato e coçar não iria surtir grande efeito).

concluídos os desvios de assunto, eis então o motor desta posta:
chega aqui o vereador do andar de baixo, cujo apelido é parecido àquele caramelo que se sente vivo e tem um qualquer problema com o cabelo, porque está sempre a cantar uma qualquer mezinha de magia negra (deve ser para não cair) e é quase tão grande como o obelix, e, virando-se para a minha colega diz: andreia? e eu: essa sou eu...
- foi você que foi à caixa? (leia-se cgd, passo a publicidade)
- sim.
- é que gerente ligou-me assustado, para saber se havia alguma andreia a trabalhar na câmara, que tinha estao lá a fazer perguntas. ele achou que fosse um daqueles clientes fantasma. (daqueles que, disfarçados de clientes normalíssimos, são inquisidores perigosíssimos à por vezes transbordante incompetência dos funcionários. nem todos. não vou generalizar, que esta mania portuguesa de criticar tudo o que mexa irrita-me um bocadito).
- não, fui mesmo informar-me.
(mais conversa inútil em que fiquei com a sensação que a minha situação deve ter sido dissecada aos ouvidos da vereação...)

pois é, eu já devia saber à partida que fazer perguntas sobre crédito à habitação em modalidades alternativas numa terra em que não se dá um passo sem que se saiba não seria a melhor solução o mundo...
ainda assim, isto soa-me muito pouco profissional...

felizmente, este período de desterro está no fim, porque esta falta de privacidade até já me inibe de ir correr...

sai um pastelinho de bacalhau...

7 comentários:

Hugo disse...

Que gente tão podre!!
Tu corre-me daí pra fora!

Inês disse...

Tá lindo, tá!... Não se pode cagar fora do penico sem que toda a gente saiba... Abençoada anonimidade na Grande Maçã! :) Não queres vir espairecer por uns dias?...

grão de pó disse...

ai amori... quero, quero, quero... mas ainda não vai ser este ano...

no entanto, há-se ser!!

Ruben Badaró disse...

Imagina se eles por aí soubessem das cenas S&M e daqueles sacrifícios em Sintra...

paulo disse...

portugal no seu melhor.

Catarina disse...

Experimenta pôr na corda da roupa... assim, como quem não quer a coisa... no meio do resto da roupita discreta... a bela da cueca vermelha. Com muita renda, e pouco tecido. Aí sim, és expulsa em três tempos e n te chateias mais com essa gentinha...

grão de pó disse...

não resulta...

ok, também não tenho de renda, mas os espécimes com muito pouco tecido pululam no meu estendal, que às vezes fica quase do lado de fora da porta de entrada...

conto os dias para daqui a mês e meio :D